Como escolher um sócio

Analisando as situações que levam alguém a ter um sócio, decidi que quero ou preciso de um sócio.

Agora vou analisar a pessoa em si, o que preciso levar em consideração?

a. Olhar para a mesma direção
Primeiro de tudo, os sócios precisam ser pessoas que olham na mesma direção, ou seja, precisam estar alinhados em qual direção querem seguir na maneira de trabalhar, gerir e crescer.
Não é a mesma coisa que ter a mesma visão, porque é muito difícil ter visões iguais, no máximo vocês terão visões parecidas.

Sempre vai ter um sócio que vai olhar mais longe desde o começo enquanto os outros demoram mais tempo para compartilhar essa visão maior de futuro.

Em muitos momentos as vontades e atitudes terão que ser discutidas e as partes vão ter que ceder em partes para encontrar uma solução que agrade ambos e resolva a questão.

Precisa haver alinhamento da direção e como tocar o negócio.

b. Alinhamento de expectativas
Em complemento do direcionamento, temos que alinhar expectativas. A empresa deve ser um reflexo da expectativa dos sócios.

Por exemplo, existem pessoas que preferem ter uma empresa menor e focada, enquanto outras preferem expandir e diversificar.

Não há nada de errado em querer ter um negócio local, mais simples e mais focado.

c. Autorresponsabilidade
A autorresponsabilidade de um sócio pode ser dívida em duas vertentes:

1. Ser capaz de assumir responsabilidades e cumpri-las;

2. Ser capaz de reconhecer que algo deu errado ou não funcionou como deveria por causa de uma responsabilidade não cumprida.

Isso inclui ter a capacidade e a maturidade para lidar com situações em que outros sócios apontem esse acontecimento.

d. Mentalidade de empresário
Muitos empresários erram ao colocar pessoas que são bons funcionários como sócios, mas nem todo bom funcionário será um bom sócio ou empresário porque não tem a mentalidade para isso.

O empresário/sócio precisa entender que empreender é uma atividade de risco, toda e qualquer empresa tem o risco do negócio, risco de não dar certo, risco de alterações do mercado, risco de mudanças no cenário político e econômico, risco de inadimplência de clientes etc.

Além disso, é preciso ter a mentalidade de plantar hoje para colher daqui a alguns anos, ou seja, o imediatismo é o inimigo dos frutos.

Dessa forma não são todas as pessoas que terão “estômago” ou disposição para aguentar a disciplina necessária para ser dono de um negócio e lidar com os riscos diários a fim de colher os frutos no futuro.

Lembrando:
Funcionário bom soma (+).
Sócio bom multiplica (x).
Sócio ruim subtrai (-).

e. Ter ego e humildade
Ego e humildade podem parecer opostos, mas não são se houver equilíbrio entre eles.

O ego traz valor ao trabalho, aos projetos, às missões e à vontade de conquistar e celebrar as conquistas. Uma pessoa sem ego dificilmente terá muita motivação para correr atrás e aceitará pouco.

Já a humildade faz com que as pessoas tenham pé no chão e saibam lidar com as adversidades de maneira mais racional. Uma pessoa sem humildade vira uma pessoa soberba, que subestima os outros, não vê as próprias falhas, logo é incapaz de melhorar.

f. Se capaz de liderar, criar estratégias e tomar decisões
A liderança até parece um clichê de tanto que falam sobre o tema, mas é um fato que o sócio/empresário precisa saber liderar e tomar decisões.

No início, ter um sócio que se dá bem com o operacional é ótimo e necessário, mas é preciso que também seja estratégico, para que no futuro deixe o operacional a cargo dos funcionários e atue trabalhe pensando no estratégico.

Senão, a empresa não vai crescer.

g. Ser razoável para lidar, conversar e decidir
Essa é uma das características essenciais, pois o sócio pode ter um conhecimento excepcional, trabalhar como nenhum outro, mas se não for uma pessoa razoável para lidar, conversar e decidir isso vai prejudicar a empresa uma hora ou outra.

Podendo prejudicar ainda o crescimento, tomada de decisões, solução de problemas ocasionando até o encerramento das atividades. Pessoa inflexíveis não são favoráveis aos negócios.